17 fev

Cada vez mais próximo a Bolsonaro, Bretas usa até carro oficial da Presidência

Juiz da Lava-Jato mantém conversas privadas com Bolsonaro, participa de festa evangélica na praia e da inauguração de obra, onde chegou no carro oficial do presidente

Além de mostrar a aproximação entre o presidente Jair Bolsonaro e o prefeito Marcelo Crivella (Republicanos), o evento evangélico do último sábado na Praia de Botafogo, no Rio, expôs outra relação que vem se intensificando silenciosamente nos últimos meses. O juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal do Rio, responsável pelos processos da Operação Lava-Jato no estado, está a cada dia mais afinado com o Palácio do Planalto, a ponto de manter conversas privadas com o presidente e participar até de inauguração de obra.

No sábado, antes de aparecer próximo a Bolsonaro em um vídeo cantando música entoada pelo missionário R.R Soares, Bretas esteve na inauguração da alça de ligação da Ponte Rio-Niterói com a Linha Vermelha. O magistrado chegou ao local no carro oficial do próprio presidente e subiu em um palco para discursos ao lado de ministros, prefeitos e deputados, situação atípica para a função que exerce nos tribunais. Na ausência do governador Wilson Witzel (PSC-RJ) — adversário declarado do presidente — acabou sendo a principal autoridade fluminense convidada para o evento.

A relação tête-à-tête entre Bolsonaro e Bretas começou a ser construída em 2 de junho do ano passado, quando o juiz desembarcou em Brasília para passar algumas horas de um sábado com o presidente em uma agenda não divulgada. Foi o mesmo período no qual Bolsonaro disse que gostaria de nomear para o Supremo Tribunal Federal (STF) um ministro “terrivelmente evangélico” — Bretas é adepto da religião.

A simpatia do magistrado por Bolsonaro é expressada nas redes desde o período eleitoral (ele curte e comenta postagens do presidente de tempos em tempos). Quando Bolsonaro passou a seguir o seu perfil no Twitter recentemente, Bretas escreveu: “Honrado em ter dentre os seguidores desta conta Twitter o Presidente da República do Brasil. Gratidão”. Ontem, o juiz fez questão de colocar no Instagram um vídeo de boas-vindas para o presidente na chegada ao Rio.

— Nos damos bem, mas não vou dar detalhes da minha relação com ele — diz Bretas ao GLOBO, negando que haja relação da afinidade com a indicação para o STF no fim deste ano — Você que está dizendo — desconversa.

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Atualmente, três nomes vêm sendo cotados como favoritos para a vaga no STF desejada por Bretas: o ministro da Justiça, Sergio Moro; o advogado-geral da União, André Luiz Mendonça; e o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Jorge Oliveira. Bolsonaro poderá nomear dois ministros do Supremo até o fim do seu mandato com as aposentadorias de Celso de Melo, em novembro deste ano, e Marco Aurélio Melo, em julho de 2021.

Perto de Moro e Valeixo

Bretas manteve-se prestigiado no Planalto a despeito de dois movimentos recentes que poderiam ter desagradado o presidente. No início de janeiro, ele se posicionou nas redes sociais contra a criação do juiz de garantias, sancionado por Bolsonaro no pacote anticrime. Há três semanas, recebeu em seu gabinete Moro e o diretor-geral da PF, Maurício Valeixo, pivô de um atrito com o presidente no ano passado, que cogitou demiti-lo da função. Na ocasião, Bolsonaro estava visivelmente irritado nos bastidores com o desempenho de Moro no programa Roda Viva, da TV Cultura.

Aliados de Bolsonaro defendem que Bretas poderia ser uma opção para o Ministério da Justiça caso Moro deixe o governo em algum momento. Mostrar-se ligado a símbolos do combate à corrupção no país é importante para o presidente, que se elegeu sob essa bandeira e vem sofrendo cobranças nas redes em temas como o caso Fabrício Queiroz ou das candidaturas laranjas do PSL. Até hoje, contudo, o juiz Lava-Jato Fluminense jamais demonstrou vontade de ir para o Poder Executivo. Desde o ano passado, vem rejeitando convites para concorrer a prefeito do Rio.

Fonte: O Globo

23 jan

Bolsonaro ajuda a aproximar Relógio do Juízo Final do apocalipse

Cientistas apontam risco recorde de aniquilação, e política ambiental brasileira é citada

A humanidade está mais próxima da aniquilação em 2020 do que em qualquer outro momento desde 1947, quando um grupo de cientistas americanos criou o famoso Relógio do Juízo Final.

Pela primeira vez, o Brasil é citado como colaborador da situação, devido à política ambiental do governo Jair Bolsonaro.

O dispositivo teve seu horário acertado nesta quinta (23), passando de dois minutos para a meia-noite para apenas 100 segundos da hora fatal —as 12 badaladas indicariam o apocalipse, na metáfora criada pelo prestigioso Boletim dos Cientistas Atômicos.

Historicamente, o Relógio mede o risco de uma guerra nuclear, mas desde 2007 ele também contempla a mudança climática e seus efeitos. Avanços tecnológicos perigosos também entram na conta, como neste ano.

Os dois minutos para a meia-noite, ?em vigor desde 2018, eram o pior nível histórico, só registrado antes em 1953, após Estados Unidos e União Soviética testarem suas bombas de hidrogênio.

“A humanidade continua a enfrentar dois riscos existenciais simultâneos —guerra nuclear e mudança climática—, que são ampliados por uma multiplicador de ameaças, a guerra cibernética de informação, que mina a habilidade da sociedade em responder”, diz o comunicado.

Ao listar os problemas na área ambiental, o Boletim citou nominalmente o Brasil. “No ano passado, alguns países agiram para combater a mudança climática, mas outros, incluindo os Estados Unidos, que deixaram o Acordo de Paris, e o Brasil, que desmantelou políticas que protegiam a floresta amazônica, deram vários passos para trás.”

A questão ambiental é um nó para a imagem externa do Brasil desde que Bolsonaro assumiu, prometendo acabar com reservas indígenas e facilitar a exploração promovida pelo agronegócio. Na conferência das Nações Unidas sobre o clima, em Madri, o governo trabalhou para o fracasso de iniciativas conservacionistas.

Além disso, incêndios de grandes proporções na temporada de seca na Amazônia acabaram sendo usados como munição por países como a França para acusar o Brasil de ser o grande vilão no setor no mundo. A despeito de exageros de lado a lado, a imagem colou.

Investidores têm questionado a política de Bolsonaro para a área, e o ministro Paulo Guedes (Economia) acabou sendo obrigado a falar sobre ambiente durante um debate econômico no fórum de Davos (Suíça), nesta semana.

O Boletim citou o fracasso em Madri, a elevação da emissão de gases do efeito estufa e uma série de eventos extremos, como incêndios de grandes proporções “do Ártico à Austrália”, como evidências de que o mundo está, simbolicamente, mais perto de seu fim do que nunca.

Mas essa é só parte da história. Em 2019, houve um aumento significativo no risco de um embate com armas nucleares com a decisão norte-americana de deixar um dos principais acordos de limitação de mísseis do fim da Guerra Fria com a Rússia.
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“Nos últimos dois anos nós vimos líderes influentes descartar os mais efetivos métodos para lidar com ameaças complexas, acordos internacionais”, afirma o texto.

Moscou, por sua vez, acelerou o programa de mísseis hipersônicos, armas que prometem trazer destruição muito mais rapidamente ao adversário caso sejam usadas.

A disputa entre Irã e EUA, que chegou quase ao paroxismo de uma guerra no começo deste ano, viu o regime dos aiatolás abandonar na prática as limitações do acordo nuclear que visava impedi-lo de obter a bomba. E a Coreia do Norte continua sendo uma interrogação quando o assunto é desarmamento atômico.

Hoje, Rússia e EUA têm os maiores arsenais nucleares do mundo, herança da corrida que disputaram durante a Guerra Fria encerrada em 1991 —ano em que o Relógio teve seus ponteiros na posição mais distante da meia-noite apocalíptica, 17 minutos para meia-noite. Cada país tem cerca de 1.700 ogivas operacionais.

Os franceses e os chineses vêm atrás, com cerca de 300 armas nucleares cada um. “Se a China decidir aumentar seu arsenal para o nível da Rússia ou dos EUA, um desenvolvimento que antes era considerado improvável, mas agora está sendo debatido, o cálculo de dissuasão ficará mais complicado, deixando a situação mais perigosa”, afirmam os cientistas.

Temperando tudo, há a revolução tecnológica das novas formas de comunicação, que foi acompanhada por um esforço renovado de governos em espalhar mentiras. Inteligência artificial, fake news, a introdução dos deepfakes e outras táticas são vistas com preocupação. “As campanhas de desinformação semeiam desconfiança nas instituições e entre as nações”, afirma o Boletim.

O grupo faz uma série de sugestões para reverter o curso atual:

– Área nuclear: retomada das negociações e acordos entre EUA e Rússia, volta do Tratado de Forças Nucleares Intermediárias, ampliação dos limites do acordo Novo Start, discussão sobre a militarização do espaço, debate sobre armas avançadas e restrição às intenções bélicas do Irã.

– Ambiente: países precisam aderir de fato aos parâmetros do Acordo de Paris, cidadãos americanos precisam cobrar mudança de posição do governo Trump e exigir a volta aos pactos.

– Tecnologia: é preciso criar normas internacionais que penalizem e disciplinem o uso da ciência e da informação, sob risco de erosão das democracias.

O Boletim foi formado em 1945 por pesquisadores da Universidade de Chicago que haviam participado do Projeto Manhattan, a criação da bomba atômica americana.

Dois anos depois, alarmados com as possibilidade de o novo armamento ser utilizado em um conflito entre Estados Unidos e União Soviética, eles criaram o Relógio como forma de alertar a comunidade internacional de riscos. Hoje, 20 cientistas fazem parte do quadro que ajusta o horário.
Fonte: Folha de São Paulo