22 nov

Privatização da Rodoviária do Plano Piloto é aprovada em comissão da CLDF

A Comissão de Economia, Orçamento e Finanças (CEOF) da Câmara Legislativa (CLDF) aprovou, na tarde desta terça-feira (21/11), o projeto de lei que trata sobre a privatização da Rodoviária do Plano Piloto. O projeto ainda deve passar por três comissões da Casa, e existe a possibilidade de a proposta entrar em extra-pauta na sessão do plenário desta terça.

O projeto foi aprovado na CEOF já com a sessão ordinária da Câmara Legislativa iniciada. O presidente e relator da comissão, deputado Eduardo Pedrosa (União), além dos distritais Joaquim Roriz Neto (PL) e Jaqueline Silva (MDB), votaram a favor do projeto encaminhado pelo Executivo. Os parlamentares Jorge Vianna (PSD) e Paula Belmonte (Cidadania) foram contrários à proposta.

A aprovação do PL foi repudiada por permissionários da rodoviária, com gritos de não a privatização. O projeto chegou a ser colocado em pauta na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) na manhã desta terça, o que aceleraria o rito, pressionando para que a proposta fosse ao plenário sem ter passado por todas as comissões. Parlamentares da oposição pressionaram, e o presidente Thiago Manzoni (PL), cumprindo acordo entre os distritais, retirou o projeto de pauta.

Dentro do rito, ainda é necessário a aprovação da Comissão de Transporte e Mobilidade Urbana (CTMU) e Comissão de Comissão de Fiscalização, Governança, Transparência e Controle (CFGTC).

A tramitação do projeto que trata sobre a privatização da rodoviária está na Casa desde 2019, mas teve o rito interrompido porque necessitaria de uma aprovação do Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) autorizando a concessão — o que ocorreu apenas em julho desse ano.

O projeto, na semana passada, foi aprovado na Comissão de Assuntos Fundiários (CAF). Na ocasião, apenas o deputado Gabriel Magno (PT) foi contrário à proposta. Para esta terça, movimentos que repudiam a privatização da Rodoviária do Plano Piloto estarão na galeria do plenário da Casa pressionando os distritais. O projeto é tratado como prioridade pelo governo do DF.

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20 jul

Novo PAC está com Orçamento fechado, diz Simone Tebet

Prevista para ser lançada em agosto, a nova versão do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) já tem orçamento fechado, disse nesta noite a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet. Segundo ela, o Minha Casa, Minha Vida será um dos carros-chefe do programa.

A ministra não detalhou valores. Apenas disse que a verba para as obras da faixa 1 do programa habitacional, a que atende as famílias com renda de até dois salários mínimos, terá um “orçamento considerável”.

Segundo diversas construtoras, a verba atual, de R$ 9,6 bilhões, é insuficiente para cobrir a demanda do Minha Casa, Minha Vida até o fim do ano. Tebet, no entanto, assegurou que o assunto foi levado em conta nas reuniões para a elaboração do novo PAC.

Alegando que o anúncio do valor cabe à Casa Civil e ao Ministério das Cidades, a ministra não revelou valores, nem para o Minha Casa, Minha Vida, nem para o PAC. “Não posso dizer se vai aumentar ou ficar estável. Só posso dizer que [a verba] não vai baixar”, declarou. Em entrevistas recentes, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, tem dito que o novo PAC terá uma dotação em torno de R$ 60 bilhões.

Prioridades

Tebet deu a declaração após se reunir com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e com a presidenta da Caixa Econômica Federal, Maria Rita Serrano, na sede do Ministério da Fazenda. Segundo ela, o encontro serviu para fazer um balanço dos seis primeiros meses de governo e para avaliar perspectivas para o segundo semestre.

Para os próximos meses, destacou a ministra, as prioridades serão a apresentação do novo Plano Plurianual e do Orçamento de 2024, previstas para 31 de agosto, e pelas votações de projetos de interesse do governo no Congresso: como o novo arcabouço fiscal, a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024 e a reforma tributária.

Arcabouço fiscal

Em relação ao atraso na votação das novas regras fiscais, adiada para agosto, Tebet disse que o cronograma apertado não será um problema. Isso porque o Ministério do Planejamento está levando em conta a versão aprovada pelo Senado para elaborar o Orçamento do próximo ano.

Por causa das alterações do Senado, o arcabouço foi mandado de volta à Câmara para ser votado pela segunda vez. Assim como o projeto da LDO, o projeto do Orçamento de 2024 está sendo elaborado com despesas ressalvadas, que constarão do texto, mas serão tratadas como fictícias até a aprovação do novo marco fiscal.

Limites

Segundo Tebet, o governo começou a dar os primeiros passos para a elaboração do Orçamento. Nesta sexta-feira (21), os ministérios serão informados sobre a verba disponível para cada pasta em 2024. A ministra, no entanto, advertiu que haverá limites.

Parte do espaço fiscal do novo arcabouço será consumido por gastos que precisam ser corrigidos pelo crescimento da receita, como os mínimos constitucionais de gastos com saúde e educação.

“Ao mesmo tempo em que a gente vai ter um espaço fiscal significativo, uma parte dele já está carimbada, e os ministérios terão que se adaptar e entender a realidade dos fatos, diante de um arcabouço e da Constituição que estabelece parâmetros”, destacou.

A ministra ressaltou que o Orçamento incorporou quase todas as promessas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No entanto, admitiu que a elevação da faixa de isenção de Imposto de Renda (IR) para R$ 5 mil ainda não está prevista no Orçamento para 2024 porque depende da votação da reforma tributária.

“Isso [a nova faixa de isenção] pode entrar no ano que vem como pode entrar em 2025, a depender de uma outra questão que vai ser discutida com o Ministério da Fazenda até o fim do ano, logo após a aprovação da reforma tributária no Senado”, declarou Tebet.

Fonte: iG

18 jul

Governo regulamenta trabalho por aplicativo até setembro, diz ministro

O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, declarou em entrevista ao portal JOTA que o governo deve enviar até setembro o projeto de lei que regulamentará o trabalho por aplicativos.

“Eu creio que no mais tardar em setembro nós tenhamos condições de estar com esse ponto [finalizado]”, afirma.

Desde o início do mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) elegeu como prioridade a regulamentação do trabalho mediado por plataformas.

O Ministério do Trabalho instituiu, em 1º de maio, um grupo para elaborar a proposta. O GT é tripartite, formado por representantes do governo, das empresas e dos trabalhadores. 

O ministro sinalizou que a regulamentação será “híbrida”, incluindo direitos garantidos na CLT com acordos negociados entre as empresas de tecnologia e as entidades representativas dos trabalhadores. 

“Pode ter eventualmente, se for essa a vontade das partes, uma regulação híbrida. Pode ter. Nós não estamos ferrenhos para dizer ‘vai ser assim e vai ser assado’. Se fosse, eu não montava uma mesa de negociação. Fazia um projeto aqui da minha cabeça e mandava para o Congresso”, afirma.

O GT definiu a remuneração mínima e saúde do trabalhador como as duas prioridades iniciais para a discussão.

“É preciso ter remuneração mínima e, a partir daí, os acordos coletivos. Não precisa estar tudo regulado pela lei”, sugere Marinho. “O trabalhador tem que saber qual é a sua base de contratação, a sua remuneração. Hoje você pega um Uber e sabe o quanto está pagando, mas não sabe quanto está sendo remunerado ao motorista pela sua corrida”, completa.

O ministro também demonstrou preocupação com a concentração do setor. Outra meta da MP seria propiciar a concorrência e o surgimento de novas empresas.

O marco normativo deve também exigir mais diálogo das empresas com os profissionais. “Se a plataforma resolver puni-lo, ele não sabe qual é a razão da punição. Tem que ter transparência, ele tem que saber. E quando ele vai entrar com uma reclamação, com recurso de uma decisão da plataforma, tem que ter gente para ele conversar e não uma máquina como é hoje”, sugere, citando exemplos de regulação na Europa.

O grupo de trabalho tem novas reuniões entre julho e agosto para fechar detalhes da MP. O grupo de motoristas e transporte de pessoas se reúne novamente em Brasília no dia 1º de agosto. O subgrupo Transporte de Mercadorias terá suas reuniões marcadas para o dia 19 de julho, bem como no dia 02 de agosto.

Fonte: iG

15 jul

Passagens aéreas por R$ 200: ministro anuncia regras

Márcio França, ministro de Portos e Aeroportos, deu detalhes sobre o programa de descontos em passagens aéreas

Márcio França, ministro de Portos e Aeroportos, anunciou em palestra na Uerj (Universidade Estadual do Rio de Janeiro), nesta quinta-feira (13) que o  Voa Brasil deve oferecer voos a R$ 200, além de disponibilizar 1,5 milhão de passagens por mês. Conforme o ministro, as companhias Latam, Gol e Azul já aderiram ao projeto.

Nos primeiros meses, o Voa Brasil será liberado apenas para aposentados e pensionistas que não voaram nos últimos 12 meses. Segundo o ministro, cada pessoa só poderá comprar quatro trechos. O programa vai oferecer passagens aéreas a partir de agosto. O governo espera que o programa chegue a sua capacidade máxima em até um ano.

“Vamos iniciar com aposentados, pensionistas e, eventualmente, servidores públicos. O programa inicialmente tem capacidade de atender 1,5 milhão de passagens por mês. Mas vamos começar gradualmente. Esse programa não tem recursos públicos. Estamos usando apenas os assentos vazios das empresas”, explicou França.

“Esse programa tem capacidade, nós estamos falando de 1,5 milhão de passagens ao mês, que poderíamos chegar. (…) Nós vamos chegar gradualmente”, declarou o ministro durante palestra. “Precisamos preparar os aeroportos para isso”, completou.

De acordo com o ministro, a intenção é vender passagens com preço reduzido fora da alta temporada, em dois períodos, de fevereiro a junho e de agosto a novembro, quando ocorre uma ociosidade média de 21% nos voos domésticos no país.

“É bem possível que a gente tenha uma grande procura de passagens. Isso vai permitir que os voos saiam lotados. Você vai poder ter voos em lugares onde, naturalmente, você tem demanda, mas não tem gente hoje voando”, finaliza.

Fonte: iG

5 jul

Passe livre no transporte em SP: o que falta e quem paga a conta?

Levantamento aponta que 74 cidades no Brasil já adotam transporte público gratuito

O transporte público da cidade de São Paulo se tornou sinônimo de transtorno diário, com isso, vem perdendo passageiros anualmente. Uma das propostas mais cobradas pela população, e, ao mesmo tempo, mais controversas, é a implementação do Passe Livre.

Na noite da última quinta-feira (29), cerca de 250 pessoas realizaram uma manifestação pela tarifa zero no transporte coletivo público na capital paulista. O ato foi convocado por entidades sindicais e coletivos sociais e teve início em frente ao Theatro Municipal de São Paulo, no centro da cidade.

“Essa manifestação é, em primeiro lugar, porque a gente acha que a tarifa está absurdamente cara. O serviço não está adequado para a população. Mas também para lembrar a memória de junho de 2013, o que é simbólico”, destacou um dos coordenadores do ato à Agência Brasil, Altino Prazeres, membro do Sindicato dos Metroviários de São Paulo.
A Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Executiva de Transporte e Mobilidade Urbana (SETRAM) e da SPTrans, publicou no Diário Oficial de março deste ano um chamamento público para que a população colabore e se manifeste sobre a implantação do “Projeto Tarifa Zero” no sistema de transporte coletivo municipal.

O objetivo é colher sugestões e contribuições da sociedade que poderão ser usadas no estudo que está sendo elaborado sobre o tema. Segundo a administração municipal, o estudo ainda não está pronto.

A medida provoca muito debate, pois, apesar de beneficiar a todos, gera controvérsias sobre a efetividade da gratuidade, já que a passagem seria subsidiada pela Prefeitura, que arrecada com impostos do cidadão.

Daniel Santini, autor do livro “Passe Livre: as Possibilidades da Tarifa Zero contra a Distopia da Uberização” e pesquisador na Universidade de São Paulo (USP), diz que a discussão em torno do passe livre precisa se livrar da estigmatização.

“O passe livre não é mágico, ele tem custos, mas esses custos seriam arcados de maneira indireta, ou seja, não seria pago só por quem usa o transporte público. Isso é razoável se a gente pensar que os ônibus beneficiam a todos, não só a quem usa o serviço, isso porque ele reduz a poluição, diminui o número de carros nas ruas e a poluição”, declara.

Ele lembra que “não existe almoço grátis”, mas, quando se trata do transporte individual, esse jargão já é válido. Isso porque o governo já investe na ampliação e manutenção das rodovias para todos os motoristas.

“A gente já investe indiretamente na infraestrutura para transporte motorizado individual. Eu que não tenho carro pago para o sistema seguir funcionando. E assim, se você analisar os custos e as recompensas, os gastos com o transporte coletivo são mais benéficos para a sociedade”, afirma.

“Ampliar avenidas, sair asfaltando tudo, já está sendo feito e não tem dado certo. É como você engordar e depois afrouxar o cinto, você não está lidando com a causa”, completa.

Modelos de sucesso e o fracasso paulistano
Segundo dados de Daniel Santini, atualmente, 74 cidades em todo o país já adotam o passe livre. A maioria delas, no entanto, tem até 60 mil habitantes, e adotaram a tarifa zero por diversas razões, seja para solucionar falência de uma empresa local, ou criar um sistema de transporte que não existia.

A maior cidade que adota o passe livre é Caucaia (CE), com 365 mil habitantes. Ele conta que alguns dos modelos de maior sucesso estão justamente na região metropolitana de Fortaleza, além da cidade de Maricá, no Rio de Janeiro.

“Em Maricá, por exemplo, a tarifa zero foi implementada em 2014 e, em 2016 eles tinham 3 linhas de ônibus e agora têm 39. É considerada a experiência mais exitosa no Brasil pelo número de pessoas transportadas, só no ano passado foram 36 milhões. É um número impressionante para uma cidade com 168 mil habitantes”, afirma.

Segundo dados da prefeitura de Maricá, os beneficiários do transporte gratuito deixaram de gastar R$ 12 milhões por mês com os “vermelhinhos”, como são chamados carinhosamente os ônibus da cidade.

“Esse dinheiro acaba retornando para a economia local”, diz Santini, que completa: “Ah, mas você pode dizer que Maricá é rico pelo dinheiro dos royalties do petróleo. Mas São Paulo também é. São Paulo está numa situação financeira muito favorável. É hora de parar de falar em ‘maior recapeamento da história’, como disse o prefeito atual [Ricardo Nunes], e começar a olhar para a situação econômica da cidade”.

O sistema coletivo público de transporte da capital paulista perdeu 30% dos passageiros nos últimos 10 anos. Em 2013, o sistema transportou 2,9 bilhões de passageiros, número que caiu para 2,04 bilhões em 2022. No mesmo período, a população da cidade aumentou 3,2%, de 11,8 bilhões de pessoas para 12,2 bilhões.

A queda na quantidade de passageiros foi acentuada no período da pandemia de covid-19, a partir de 2020. No entanto, a redução já era visível no período anterior, de 2013 (2,9 bilhões de passageiros transportados) a 2019 (2,6 bilhões), período em que caiu 9,8% e a população da cidade aumentou 3,6%. Os dados são do próprio pesquisador Daniel Santini, baseados em informações da prefeitura de São Paulo.

Essa realidade, segundo Santini, já faz com que até mesmo empresários do setor de transporte público defendam a implementação do passe livre. Isso porque o modelo atual, de cobrança por passageiro, gera um ciclo vicioso de encolhimento das redes e sucateamento dos veículos.

“No modelo atual, se eu ganho por passageiro eu vou manter os ônibus sempre lotados. Isso é uma perversidade”.

Fonte: iG

4 jul

Ministério projeta lucro recorde de US$ 84,7 bilhões nas exportações

O leve aumento de exportações e de importações de produtos cujos preços arrefeceram nos últimos meses fez o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) projetar superávit comercial (exportações menos importações) recorde em 2023. A segunda estimativa do ano prevê superávit de US$ 84,7 bilhões.

A projeção é atualizada a cada três meses. Caso se confirme, o superávit será 37,7% mais alto que o saldo positivo de US$ 61,525 bilhões registrado em 2022, até agora o melhor resultado da história.

O saldo comercial deverá subir porque as importações cairão mais que as exportações em relação aos resultados de 2022. O governo projeta exportar US$ 330 bilhões este ano, queda de 1,2% em relação aos US$ 334,1 bilhões exportados pelo país ano passado. Em contrapartida, as importações deverão atingir US$ 245,2 bilhões, recuo de 10% em relação aos US$ 272,6 bilhões comprados do exterior em 2022.

Em relação à projeção anterior, divulgada em abril, tanto as exportações como as importações subiram levemente. “Em relação à primeira previsão, houve aumento de cerca de US$ 5 bilhões em importação e também em exportação. As expectativas estão em linha”, declarou o subsecretário de Inteligência e Estatísticas de Comércio Exterior do MDIC, Herlon Brandão.

Segundo o MDIC, dois fatores estão por trás do saldo recorde em 2023. Por um lado, os preços de commodities energéticas, como o petróleo, e de itens como fertilizantes, estão em tendência de queda após atingirem um pico no início da guerra entre Rússia e Ucrânia. Por outro lado, a desaceleração da economia deve provocar queda nas importações, por causa da retração do consumo.

A guerra entre Rússia e Ucrânia tem impactado as importações nos últimos meses. Os preços internacionais dos adubos e dos fertilizantes caíram 55,2% em junho, na comparação com o mesmo mês do ano passado. O preço médio dos combustíveis importados diminuiu 40,4% na mesma comparação. O preço médio do trigo, outro produto que o Brasil importa em grande quantidade, cai 18,6%.

Fonte: iG

2 jul

Carros com descontos: Lula assina MP que libera mais R$ 300 milhões

Agora, tanto pessoas físicas quanto pessoas jurídicas poderão adquirir os veículos com descontos

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou, na noite desta sexta-feira (30), a Medida Provisória (MP) que destina mais R$ 300 milhões para a compra de carros com desconto. O texto foi publicado em edição extraordinária do Diário Oficial da União.

Com a medida, o orçamento do programa para a aquisição de veículos com preços mais baixos sobe de R$ 500 milhões para R$ 800 milhões. Ao incluir os programas para a compra de caminhões e ônibus, o montante aumentou de R$ 1,5 bilhão para R$ 1,8 bilhão.

A medida provisória também elevará em R$ 0,03 dois tributos federais, o Programa de Integração Social (PIS) e a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) sobre o diesel, para custear a extensão do programa. Essa elevação ocorrerá a partir de outubro e arrecadará R$ 200 milhões extras. Isso porque os R$ 100 milhões restantes estavam na primeira MP do programa, que tinha reonerado em R$ 0,11 os dois tributos.

Além da MP, a edição extra do Diário Oficial da União publicou uma portaria assinada pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, que autoriza que empresas comprem carros com desconto.

Até agora, o programa para carros estava restrito às pessoas físicas, de forma a impedir que locadoras comprassem os veículos e fizessem os recursos se esgotarem mais rápido. Para ônibus e caminhões, a participação de empresas está em vigor desde o último dia 21.

Demanda

A extensão do programa havia sido anunciada na quarta-feira porque os R$ 500 milhões destinados à compra de carros se esgotaram. Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a demanda de pessoas físicas superou as previsões . Mais cedo, Alckmin confirmou que Lula assinaria a MP ainda nesta sexta-feira.

O teto de crédito para ônibus e caminhões segue o mesmo. São R$ 700 para caminhões (já foram usados R$ 100 milhões) e R$ 300 milhões para vans e ônibus (R$ 140 milhões já usados). O programa permanecerá em vigor até os créditos tributários se esgotarem.

Créditos tributários

O programa para a renovação da frota é custeado por meio de créditos tributários, descontos concedidos pelo governo aos fabricantes no pagamento de tributos futuros, no total de R$ 1,8 bilhão. Em troca, a indústria automotiva comprometeu-se a repassar a diferença ao consumidor.

Está prevista a utilização de R$ 700 milhões em créditos tributários para a venda de caminhões, R$ 800 milhões para carros (contra R$ 500 milhões anteriormente) e R$ 300 milhões para vans e ônibus. O programa tem prazo de quatro meses, mas pode acabar antes, assim que os créditos tributários se esgotarem.

Para compensar a perda de arrecadação, o governo pretende reverter parcialmente a desoneração sobre o diesel que vigoraria até o fim do ano. Dos R$ 0,35 de Programa de Integração Social (PIS) e Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) atualmente zerados, R$ 0,11 serão reonerados em setembro, depois da noventena, prazo de 90 dias determinado pela Constituição para o aumento de contribuições federais. Com a extensão, a reoneração subirá para R$ 0,14 em outubro.

26 jun

Mobilidade urbana mais inclusiva passa pelo uso da bicicleta

Painel discute no Parque da Mobilidade Urbana a importância das bikes em um cenário mais democrático na locomoção das pessoas nOs grandes centros urbanos

Se as cidades brasileiras quiserem entrar definitivamente na rota da inclusão social e da mobilidade urbana, eles devem, então, adotar a bicicleta como parte da solução do ir e vir das pessoas. Essa foi a conclusão unânime dos participantes do painel “Quais são os caminhos para a construção de cidades diversas, inclusivas e democráticas”, que fez parte do Parque da Mobilidade Urbana (PMU), no último dia 23, realizado na capital paulista.

“A bicicleta é alternativa eficiente, limpa e econômica, mas precisa de estrutura, como espaços amplos e estacionamentos seguros durante a jornada do usuário”, afirma Iuri Moura, gerente de desenvolvimento urbano do Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento (ITDP), mediador do debate que contou com as participações de Fábio Ney Damasceno, secretário de Mobilidade e Infraestrutura do Espírito Santo e presidente do Conselho Nacional dos Secretários do Transporte (Consetrans), Renata Falzoni, arquiteta, cicloativista e criadora do canal Bike é Legal e Cadu Ronca, diretor do Instituto Aromeiazero.

Durante sua apresentação inicial, Moura falou da importância de fomentar a integração entre os modais de transporte: “Hoje, de 70% a 90% dos espaços das vias são destinados aos automóveis. É preciso pensar no pedestre e estimulá-lo a caminhar”, diz. “O transporte coletivo também assume papel fundamental. Se for rápido e acessível, torna-se opção atraente para evitar o transporte individual.”

Moura destaca que os padrões de mobilidade urbana são influenciados por aspectos sociodemográficos. O homem tem uma vida mais linear, basicamente dirigindo-se da casa ao trabalho. Já a mulher precisa se desdobrar, com paradas na creche dos filhos, no mercado e no banco, por exemplo. “Esses fatores devem ser considerados, para que toda a população seja atendida”, defende.

Ações em favor da bike

A pandemia da Covid-19 acarretou o agravamento da crise da mobilidade urbana e o consequente aumento dos congestionamentos e das emissões de poluentes, que trouxeram perdas sérias para a economia mundial. “A partir desse cenário, cerca de 100 cidades europeias implantaram ações para favorecer o uso de bike”, aponta Moura.

Ele dá alguns exemplos: a utilização de bicicleta aumentou 8% na Europa e 16% nos Estados Unidos. A Cidade do México, capital mexicana, aumentou as ciclovias em 350% e Bogotá, capital da Colômbia, criou 84 quilômetros de ciclovias emergenciais – 34 deles tornaram-se permanentes.

O Brasil também vem adotando medidas importantes. Segundo Fábio Ney Damasceno, sete munícipios da região metropolitana de Vitória, capital do Espírito Santo, estão implementando políticas acessíveis de transporte, que impactam dois milhões de moradores.

Uma das principais obras é a revitalização do Sistema Aquaviário, que liga as cidades de Vitória, Cariacica e Vila Velha. As embarcações são confortáveis, terão preço unificado e permitirão o embarque das bicicletas dos usuários que, ao chegar no destino, poderão seguir viagem pedalando nas ciclovias.

“Também transformamos uma via totalmente degradada em sete quilômetros de ciclovia toda iluminada e com pista bidirecional de 2,5 metros de largura”, salienta o secretário. Ele acrescenta que estacionamentos de carros deram lugar a duas praças, com espaço para bikes, pista de skate, academia para idosos e iluminação pública.

Política transversal

Para Cadu Ronca, os ciclistas vivem uma situação bastante vulnerável nas grandes cidades. “A infraestrutura não se resume às ciclovias e ciclofaixas. O uso da bike é uma política transversal, porque envolve diversas secretarias. Precisamos ter mais segurança viária e pública, pontos de recarga para as bikes elétricas, além de conforto e iluminação nas vias”, afirma.

Ronca acredita que ainda há muito por fazer em uma cidade como São Paulo, como a instalação de racks para transportar bicicletas nos ônibus e adaptação de rampas no lugar de escadarias, tão comuns em vários pontos do município. “Só assim conseguiremos atrair mais ciclistas”, diz.

Renata Falzoni, uma das maiores defensoras da bike em favor da mobilidade urbana mais democrática, vê dificuldades no panorama atual: “É mais fácil alterar a trajetória de um planeta do que mudar uma cultura enraizada nas pessoas. Quem está fora do automóvel é marginalizado”, revela.

Para ela, se os governos quiserem tratar os temas inclusão nas cidades, mobilidade urbana e transporte público terão, então, de colocar necessariamente a bike no centro da discussão. E dispara contra os automóveis: “Carro ocupa espaço, polui, mata e segrega”, salienta. “A bike é a única máquina inventada pelo ser humano que multiplica energia. Ela acalma o trânsito e cria um ambiente saudável.”

Falzoni defende que as crianças devem ser incentivadas a pedalar desde cedo. “Os pais precisam parar de falar que a rua é umlugar perigoso. Perigoso é quem está ao volante dos veículos, que desrespeita outras maneiras de locomoção. A solução da mobilidade urbana tem de partir, necessariamente, da inclusão de mulheres e crianças”, conclui.

25 jun

Projeto oferece passeios para pessoas com mobilidade reduzida em parque de Belém

O projeto Ponto de Apoio realizou neste domingo (25) mais uma edição de passeios gratuitos para pessoas com mobilidade reduzida no Parque do Utinga, em Belém. A atividade também marcou os 5 anos da iniciativa.

Dezenas de pessoas de diferentes idades que têm dificuldade de locomoção puderam aproveitar a manhã em um dos parques mais procurados da capital paraense em meio à natureza. voluntários usaram bicicletas e triciclos adaptados para os passeios com mais conforto a quem estava de carona.

O projeto

Os passeios são feitos a cada 15 dias em bicicletas artesanais, com um voluntário condutor e o passageiro com mobilidade reduzida, como idosos e pessoas com deficiência segue em um sidecar, um carrinho acoplado à bicicleta.

O trajeto se inicia na base do Ponto de Apoio, montada em uma tenda no hall de acolhimento do Parque do Utinga. De lá, as bicicletas saem pela trilha principal e o percurso dura cerca de 45 minutos, com parada para hidratação e fotografias.

Os familiares podem aguardar na tenda ou acompanhar os passeios em bicicletas individuais. No entanto, para quem não possui, a Ecobike, também localizada no Utinga, fornece desconto de 50% para aluguel de bicicleta aos familiares que acompanham o passeio.

O Ponto de Apoio surgiu em 2018 após o presidente do projeto, Daniel Nardin, levar o irmão, João Paulo Nardin, que possui uma sequela neurológica devido a uma parada cardíaca, para passeios numa bicicleta que foi feita para que os dois pudessem desfrutar juntos o passeio no Parque do Utinga.

25 jun

Eve e Voar Aviation assinam carta de intenções para impulsionar a mobilidade aérea urbana

A Eve Air Mobility e a Voar Aviation, uma empresa de serviços de aviação geral, anunciaram hoje a assinatura de uma Carta de Intenção (LOI) para avaliar a compra e venda de 70 aeronaves elétricas de decolagem e pouso vertical (eVTOL) que serão operadas em várias localidades do Brasil. Nos termos do acordo, as empresas também estudarão uma possível parceria na qual a Voar se beneficiará das soluções agnósticas de serviço e operação de Mobilidade Aérea Urbana (UAM) da Eve. Essa venda em potencial de eVTOLs está incluída no backlog de pedidos atual da Eve para até 2.770 veículos.

“Essa colaboração representa um marco significativo em nossa missão de revolucionar o transporte urbano e moldar o futuro da Mobilidade Aérea Urbana. Ao combinar nossa experiência com a infraestrutura estabelecida da Voar, buscamos acelerar a adoção da tecnologia do eVTOL e criar um ecossistema completo, sustentável e integrado para viagens aéreas urbanas,” disse Andre Stein, co-CEO da Eve. “Nossas soluções vão além do eVTOL; estamos desenvolvendo um portfólio completo para impulsionar o lançamento e a escalabilidade do mercado.”

“Essa parceria reforça que a Voar está pronta para abrir as portas para a mobilidade aérea do futuro e contribuir com a infraestrutura necessária para a operação dessa nova forma de transporte,” disse Alessandra Abrão, CEO da Voar.

A Eve está na vanguarda da indústria de Mobilidade Aérea Urbana (UAM) e tem demonstrado consistentemente seu compromisso em revolucionar o transporte aéreo urbano em todo o mundo por meio de uma completa gama de soluções. A Voar fornecerá seus recursos para auxiliar a Eve na modelagem do mercado de UAM em cidades selecionadas e apoiar a integração dos eVTOLs no ambiente urbano, aproveitando sua extensa infraestrutura e conhecimento em aviação.

A Voar Aviation planeja expandir suas operações em várias regiões do Brasil. A empresa pretende operar nas principais áreas metropolitanas e destinos turísticos populares, como São Paulo, Belo Horizonte, Brasília, Goiânia, Vitória, Florianópolis, Camboriú, Fortaleza, Natal, Recife e Salvador, reforçando o compromisso de ambas as empresas em abraçar novas oportunidades e oferecer soluções de transporte inovadoras, sustentáveis e acessíveis para comunidades em todo o Brasil.