2 maio

Segurança Pública promove evento para marcar início do Maio Amarelo no DF

No Brasil, mais de 392 mil mortes foram provocadas pelo trânsito nos anos de 2009 a 2019, conforme o Ministério da Saúde. Pesquisa feita no final de 2023 pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) registra um aumento de mortes nos acidentes em 13,5% comparando à década anterior. Em virtude disso, a Secretaria de Segurança Pública do DF (SSP/DF), em conjunto com as forças de segurança da capital, vão realizar um evento, nesta quinta-feira (2/5), das 14h30 às 19h, no estacionamento do ginásio Nilson Nelson, em prol da campanha Maio Amarelo, que preza a conscientização para redução de acidentes no trânsito.

A expedição visa estimular a população sobre as atitudes de paz no dia a dia sendo pedestre, ciclista, motorista, usuário ou condutor de transporte público. No local, terá a exposição de carros da polícia, equipamentos e brincadeiras para crianças das escolas e contarão com a parceria da Arquidiocese que apoiará a campanha, distribuindo um material para o público da igreja que conscientiza e promove a paz no trânsito.

No pôr do sol, a iluminação externa do Estádio Nacional de Brasília será alterada para cor amarelo, promovendo a campanha do Maio Amarelo no Distrito Federal. Essas atividades estão ligadas ao “Eixo Cidade Mais Segura”, do programa “DF Mais Seguro – Segurança Integral”, sendo ações de segurança viária prioridades da SSP-DF e dos órgãos vinculados para que os habitantes tenham direito ao trânsito seguro e à mobilidade urbana eficiente.

O material da campanha está disponível aqui.

Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:

Receba notícias no WhatsApp

Receba notícias no Telegram

1 maio

Segurança Pública promove evento para marcar início do Maio Amarelo no DF

No Brasil, mais de 392 mil mortes foram provocadas pelo trânsito nos anos de 2009 a 2019, conforme o Ministério da Saúde. Pesquisa feita no final de 2023 pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) registra um aumento de mortes nos acidentes em 13,5% comparando à década anterior. Em virtude disso, a Secretaria de Segurança Pública do DF (SSP/DF), em conjunto com as forças de segurança da capital, vão realizar um evento, nesta quinta-feira (2/5), das 14h30 às 19h, no estacionamento do ginásio Nilson Nelson, em prol da campanha Maio Amarelo, que preza a conscientização para redução de acidentes no trânsito.

A expedição visa estimular a população sobre as atitudes de paz no dia a dia sendo pedestre, ciclista, motorista, usuário ou condutor de transporte público. No local, terá a exposição de carros da polícia, equipamentos e brincadeiras para crianças das escolas e contarão com a parceria da Arquidiocese que apoiará a campanha, distribuindo um material para o público da igreja que conscientiza e promove a paz no trânsito.

No pôr do sol, a iluminação externa do Estádio Nacional de Brasília será alterada para cor amarelo, promovendo a campanha do Maio Amarelo no Distrito Federal. Essas atividades estão ligadas ao “Eixo Cidade Mais Segura”, do programa “DF Mais Seguro – Segurança Integral”, sendo ações de segurança viária prioridades da SSP-DF e dos órgãos vinculados para que os habitantes tenham direito ao trânsito seguro e à mobilidade urbana eficiente.

O material da campanha está disponível aqui.

Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:

Receba notícias no WhatsApp

Receba notícias no Telegram

30 abr

Precisa de uma mãozinha? Sistema robótico para melhor idade

O pesquisador Jihong Zhu, da Universidade de York, no Reino Unido, transformou o problema que identificou em robôs, destinados a ajudar idosos, em solução. Ele criou um sistema de mãos robóticas, semelhante às humanas, exclusivamente para que as pessoas com mobilidade reduzida tenham mais condições de se vestir. A ideia é que o robô “auxilie” o cuidador para este desempenhe outras tarefas mais importantes na vida do idoso, como atividades lúdicas, conversas e passeios.

“Descobrimos que, anteriormente, usavam só um robô para vestir. Isso significa que a pessoa precisava levantar os braços, enquanto os cuidadores utilizam as duas mãos e braços para ajudar”, diz Jihong Zhu, responsável pela pesquisa publicada, recentemente, na revista IEEE Transactions on Robotics.

A descoberta vai de encontro com o envelhecimento acelerado da população mundial. A Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) estima que, até 2050, o percentual de indivíduos com mais de 65 anos na América Latina e no Caribe exceda os 30%. Para o Brasil, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) projeta que, até 2060, a expectativa de vida será de 81 anos.

Para o cientista, seria necessário fazer “melhorias graduais” na técnica existente ao observar como os cuidadores conduzem as tarefas manuais no auxílio aos idosos. Zhu conseguiu estabelecer uma nova estrutura composta por duas mãos robôs e um algoritmo desenvolvido por ele. Um robô segura a mão do indivíduo e o guia, enquanto o outro robô move a roupa.

“Sabemos que tarefas práticas, como se vestir, podem ser realizadas por um robô, liberando um profissional de saúde para concentrar-se mais em fornecer companhia e observar o bem-estar geral do indivíduo sob seus cuidados”, diz Zhu, em comunicado.

O algoritmo desenvolvido para aplicação nas mãos robô é chamado de “aprendizagem por demonstração”, que é um método de inteligência artificial (IA) no qual o robô aprende com demonstrações humanas. Zhu esclarece que qualquer pessoa pode ensinar ao robô o movimento necessário para desempenhar a tarefa.

Essa etapa da pesquisa, durou cerca de dois anos e meio, contou com colaboração da Universidade Técnica de Delft, nos Países Baixos, e recebeu financiamento da Honda Research Institute Europe, na Alemanha. Para a próxima fase, o pesquisador quer que o equipamento passe a vestir os dois braços da pessoa.

“Estamos enfrentando uma falta de cuidadores agora. O robô está aqui para atenuar essa escassez”, diz o pesquisador. A expectativa de Zhu é comercializar o assistente em cerca de cinco anos.

Envelhecimento

O envelhecimento acelerado da população representa diversos desafios, principalmente o acesso de pessoas idosas aos recursos necessários para uma vida digna e plena. A médica geriatra e psiquiatra Roberta França, professora da Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz), ressalta que os cuidados com o idoso devem estar na pauta de forma permanente.

“Quanto mais cuidarmos da nossa saúde ao longo dos anos, maior será as chances para um envelhecimento saudável”, afirmou Roberta França. “Vamos precisar começar essas discussões aos 18, 20, 25, 30 anos. Isso é olhar para frente e entender que essa realidade chegará para todos nós”, recomendou.

O professor do Departamento de Engenharia Mecânica e coordenador do Laboratório de Robótica da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Daniel Martins, afirma haver uma crescente demanda de assistência tecnológica aos idosos no mundo, principalmente em países ricos. “O Japão tomou uma atitude. É um dos que mais investem em robôs antropomórficos”, conta. Esse tipo de equipamento tem um formato próximo a de um ser humano e também opera de maneira similar a uma pessoa.

O diretor-adjunto de Tecnologia de Inovação da Escola Politécnica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Fernando Castro Pinto, diz que o senso comum é pensar que o robô antropomórfico “faz as coisas parecido com o ser humano”, mas pondera que, às vezes, não chega a ser necessário. Pinto afirma ser necessário entender o equipamento como “uma máquina para nos auxiliar” e não em algo que nos substituirá.

“Em um futuro próximo, acredito que os robôs têm uma grande aplicação para ajudar (o indivíduo) em locais perigosos, para aumentar sua capacidade de trabalho ou (dar assistência) em alguma necessidade”, avalia o diretor-adjunto.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) define o “envelhecimento saudável” como o “processo de promoção e manutenção da capacidade funcional (atributos que possibilitam à pessoa fazer o que é importante para ela) que viabiliza o bem-estar na velhice”.

Hudson Pinheiro, fisioterapeuta e integrante da diretora da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia do Distrito Federal (SBGG-DF), recomenda redobrar os cuidados com a saúde e o bem-estar a partir dos 60 anos, quando oficialmente uma pessoa é considerada idosa.

Quais são as mudanças significativas com o envelhecimento?

No Brasil, consideramos idoso a partir dos 60 anos. Isso tem mudado muito nas últimas décadas, até por questões relacionadas à Previdência e à aposentadoria. Quando observarmos os estudos, na Europa, a grande parte da população atingiu mais de 65 anos em países desenvolvidos e ricos, fato que não acontece aqui, aqui a partir dos 60 anos, há uma série de alterações, que são naturais do processo, como a perda da massa e da força muscular.

Qual a prevalência de idosos que precisam de cuidados especiais?

São doenças que acometem populações específicas de idosos. A prevalência, por exemplo, de queda na população idosa por qualquer problema, geralmente, está em torno de 30%. (A queda) pode causar repercussões significativas que (podem) levar a uma internação maior, aumentar o risco de óbito e, principalmente, a dependência – seja até pelo medo de cair de novo. E, se formos pensar em outras doenças, a mais prevalente das degenerativas é Alzheimer, seguida pelo Parkinson. Agora, há outro problema: a pandemia. Por causa do isolamento social, muitos idosos ficaram privados de qualquer tipo de estímulo social. Temos dados de que aumentou bastante o declínio cognitivo em idosos.

Qual impacto da falta de atividades lúdicas na saúde mental dos idosos?

Uma pessoa que tenha muita dependência, por exemplo, um indivíduo com demência ou em estágio avançado de Parkinson requer cuidados integrais. O idoso sai para fazer fonoaudiologia, terapia ocupacional e fisioterapia, é atendido de 45 minutos a uma hora e volta para casa. É importante também deixar claro que, ao falar de cuidado paliativo, pensa-se em terminalidade, mas não é isso, é para uma doença que não tem cura. Por exemplo, um acidente vascular cerebral (AVC) que deixa uma limitação em um lado do corpo. Essas pessoas podem precisar de cuidados e, por não voltarem ao trabalho, ficam muito ociosos em casa. Geralmente, ficar nessa condição é uma porta aberta para começar a ter crises emocionais, principalmente, associadas à depressão.

O Laboratório de Alta Tecnologia da Universidade Tecnológica de Nanyang (NTU), em Cingapura, desenvolveu protótipos de sensores ultrafinos. Os dispositivos viabilizam o controle de próteses robóticas, máquinas e cadeiras de rodas motorizadas por pessoas com deficiências nos membros ou com dificuldades de mobilidade.

Os sensores são macios, extensíveis e flexíveis por serem envoltos por um material similar a um gel. Os cientistas projetaram os dispositivos com componentes de hardware disponíveis comercialmente que permitem a integração dos eletrônicos a outros tipos de detectores presentes no mercado, como de conectividade sem fio (wireless).

Os dispositivos captam sinais biológicos dos músculos, da pele e dos órgãos ao serem aderidos confortavelmente à pele do paciente. Os sensores ultrafinos podem ser vestidos nas pernas, nos pulsos e na cabeça. Também são à prova de água, medem os batimentos cardíacos, a saturação de oxigênio no sangue, a pressão arterial, a temperatura, a aceleração e a direção do indivíduo.

A equipe do laboratório trabalhou nos últimos 10 anos para o desenvolvimento de sensores ultrafinos sob a liderança do professor Chen Xiaodong. “Nosso objetivo é usar a tecnologia para um bem maior, melhorando a durabilidade, a segurança e a precisão dos dispositivos, além de torná-los mais acessíveis às pessoas e mais fáceis de serem usados”, diz.

Xiaodong diz que o grupo planejou “adaptar e expandir” a aplicação dos sensores ultrafinos. Por exemplo, os pesquisadores publicaram, recentemente, na revista Nature, estudo de um material biocompatível que, em contato com a água, encolhe e envolve tecidos moles, como coração. Os cientistas avaliam que a tecnologia reduz o risco de rejeição do implante e pode contribuir para aprimorar marcapassos e biomonitores. Além da área de saúde e de robótica, a equipe quer levar os sensores ultrafinos para os setores automotivo, de eletrônico de consumo, de robótica avançada, de segurança e de agricultura de precisão. “A eletrônica suave, devido à forma e funcionalidade personalizáveis, pode ser aplicável do controle de máquinas até a detecção e avaliação do frescor de alimentos”, explica Xiaodong.

*Estagiária sob a supervisão de Renata Giraldi

A Organização Mundial da Saúde (OMS) define o “envelhecimento saudável” como o “processo de promoção e manutenção da capacidade funcional (atributos que possibilitam à pessoa fazer o que é importante para ela) que viabiliza o bem-estar na velhice”.

Hudson Pinheiro, fisioterapeuta e integrante da diretora da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia do Distrito Federal (SBGG-DF), recomenda redobrar os cuidados com a saúde e o bem-estar a partir dos 60 anos, quando oficialmente uma pessoa é considerada idosa.

Quais são as mudanças significativas com o envelhecimento?

No Brasil, consideramos idoso a partir dos 60 anos. Isso tem mudado muito nas últimas décadas, até por questões relacionadas à Previdência e à aposentadoria. Quando observarmos os estudos, na Europa, a grande parte da população atingiu mais de 65 anos em países desenvolvidos e ricos, fato que não acontece aqui, aqui a partir dos 60 anos, há uma série de alterações, que são naturais do processo, como a perda da massa e da força muscular.

Qual a prevalência de idosos que precisam de cuidados especiais?

São doenças que acometem populações específicas de idosos. A prevalência, por exemplo, de queda na população idosa por qualquer problema, geralmente, está em torno de 30%. (A queda) pode causar repercussões significativas que (podem) levar a uma internação maior, aumentar o risco de óbito e, principalmente, a dependência – seja até pelo medo de cair de novo. E, se formos pensar em outras doenças, a mais prevalente das degenerativas é Alzheimer, seguida pelo Parkinson. Agora, há outro problema: a pandemia. Por causa do isolamento social, muitos idosos ficaram privados de qualquer tipo de estímulo social. Temos dados de que aumentou bastante o declínio cognitivo em idosos.

Qual impacto da falta de atividades lúdicas na saúde mental dos idosos?

Uma pessoa que tenha muita dependência, por exemplo, um indivíduo com demência ou em estágio avançado de Parkinson requer cuidados integrais. O idoso sai para fazer fonoaudiologia, terapia ocupacional e fisioterapia, é atendido de 45 minutos a uma hora e volta para casa. É importante também deixar claro que, ao falar de cuidado paliativo, pensa-se em terminalidade, mas não é isso, é para uma doença que não tem cura. Por exemplo, um acidente vascular cerebral (AVC) que deixa uma limitação em um lado do corpo. Essas pessoas podem precisar de cuidados e, por não voltarem ao trabalho, ficam muito ociosos em casa. Geralmente, ficar nessa condição é uma porta aberta para começar a ter crises emocionais, principalmente, associadas à depressão.

O Laboratório de Alta Tecnologia da Universidade Tecnológica de Nanyang (NTU), em Cingapura, desenvolveu protótipos de sensores ultrafinos. Os dispositivos viabilizam o controle de próteses robóticas, máquinas e cadeiras de rodas motorizadas por pessoas com deficiências nos membros ou com dificuldades de mobilidade.

Os sensores são macios, extensíveis e flexíveis por serem envoltos por um material similar a um gel. Os cientistas projetaram os dispositivos com componentes de hardware disponíveis comercialmente que permitem a integração dos eletrônicos a outros tipos de detectores presentes no mercado, como de conectividade sem fio (wireless).

Os dispositivos captam sinais biológicos dos músculos, da pele e dos órgãos ao serem aderidos confortavelmente à pele do paciente. Os sensores ultrafinos podem ser vestidos nas pernas, nos pulsos e na cabeça. Também são à prova de água, medem os batimentos cardíacos, a saturação de oxigênio no sangue, a pressão arterial, a temperatura, a aceleração e a direção do indivíduo.

A equipe do laboratório trabalhou nos últimos 10 anos para o desenvolvimento de sensores ultrafinos sob a liderança do professor Chen Xiaodong. “Nosso objetivo é usar a tecnologia para um bem maior, melhorando a durabilidade, a segurança e a precisão dos dispositivos, além de torná-los mais acessíveis às pessoas e mais fáceis de serem usados”, diz.

Xiaodong diz que o grupo planejou “adaptar e expandir” a aplicação dos sensores ultrafinos. Por exemplo, os pesquisadores publicaram, recentemente, na revista Nature, estudo de um material biocompatível que, em contato com a água, encolhe e envolve tecidos moles, como coração. Os cientistas avaliam que a tecnologia reduz o risco de rejeição do implante e pode contribuir para aprimorar marcapassos e biomonitores. Além da área de saúde e de robótica, a equipe quer levar os sensores ultrafinos para os setores automotivo, de eletrônico de consumo, de robótica avançada, de segurança e de agricultura de precisão. “A eletrônica suave, devido à forma e funcionalidade personalizáveis, pode ser aplicável do controle de máquinas até a detecção e avaliação do frescor de alimentos”, explica Xiaodong. (JM)

28 abr

Escolha de prefeitos e vereadores do Entorno influencia o DF

O Distrito Federal, há muito, deixou de ser só um quadradinho no mapa do Brasil. São 12 cidades goianas vizinhas que formam a Periferia Metropolitana de Brasília (PMB), de acordo com o Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF). Por isso, as eleições municipais que ocorrem este ano — por mais que a população do DF não tenha que votar — são importantes também para a capital do país. Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), até março de 2024, as seis regiões que circundam o DF com os maiores colégios eleitorais têm, somadas, 539.395 pessoas aptas a votar nas eleições de outubro (confira o mapa abaixo). Políticos do DF têm interesse nesse contingente de eleitores em busca de aliados regionais.

O Tribunal Regional Eleitoral do DF (TRE-DF) não tem dados concretos sobre a movimentação do eleitorado entre a capital federal e as cidades do Entorno, mas, de acordo com o porta-voz do órgão, Fernando Velloso, em anos de eleição municipal, é comum ocorrer uma “migração” de eleitores. O porta-voz do TRE-DF destaca que esse tipo de “migração” não é considerada crime eleitoral. “O eleitor tem direito de mudar de domicílio eleitoral, desde que comprove residência na localidade pretendida há mais de três meses”, reforça. “É importante lembrar que a transferência de domicílio eleitoral exige um comprovante de residência de, no mínimo, três meses na cidade solicitada”, alerta (leia abaixo Transferência de título).

Mapa-Entorno-eleição

Professor de ciência política da UDF, André Rosa avalia que os políticos da capital do país podem influenciar os seus eleitores a mudarem o domicílio para votar no candidato que estejam apoiando. “Existem várias pesquisas na ciência política que apontam que a cada 10 candidatos indicados por um político, os eleitores votam em, pelo menos, três. Então, essa estratégia é realmente interessante para se utilizar”, aponta.

Cientista político da Hold Assessoria Legislativa, André César enfatiza que há uma relação de “ida e volta” entre o DF e o Entorno. “Muita gente que mora no Entorno trabalha no DF e convive com pessoas que moram por aqui. A partir disso, se tem conversas em que podem acabar surgindo uma certa influência, tanto para que pessoas daqui votem no Entorno, quanto o contrário”, comenta.

De acordo com o especialista, as eleições municipais no Entorno afetam diretamente o DF. “Assim como na nossa cidade, existem questões como segurança pública e políticas de emprego”, observa. “É preciso ter administrações nessas cidades que comecem a encaminhar soluções inteligentes e factíveis para melhorar a qualidade de vida da população que vive nessas regiões, porque é inevitável que, caso haja aumento da criminalidade, por exemplo, isso acabe reverberando para o DF”, alerta.

Para André César, o governador Ibaneis Rocha tem “pleno interesse” no pleito de outubro. “Com certeza, ele vai querer montar essa ‘guarda de segurança’ pensando, inclusive, na sua candidatura ao Senado”, explica. “Não sei como e se ele está pensando nisso agora, mas ele influencia (nas eleições municipais) tornando público seus apoios e aparecendo em palanques, durante o período de campanha”, acrescenta o cientista político. Ao Correio, o governador disse que “não está acompanhando”, no momento, o processo eleitoral nas cidades vizinhas.

Rel. Institucionais Agaciel Maia

Mas o secretário de Relações Institucionais, Agaciel Maia, afirma que o governo está atento às eleições do Entorno. “Reconhecemos a importância dessas regiões vizinhas para o desenvolvimento e a segurança da capital”, observa. “A expectativa é de que haja uma escolha de lideranças comprometidas com políticas que promovam o crescimento econômico sustentável, a melhoria dos serviços públicos e a integração regional”, comenta.

Para Agaciel Maia, as eleições têm um impacto significativo no DF. “Elas influenciam diretamente em questões como mobilidade urbana, segurança, saúde e educação, que são áreas interligadas entre as regiões”, pontua. “Portanto, a expectativa é de que os eleitos trabalhem em parceria com o governo do DF, para promover o desenvolvimento conjunto e o bem-estar da população”, finaliza.

Nos bastidores, políticos do DF se movimentam para firmar parcerias com pré-candidatos das cidades do Entorno. Um deles é o senador Izalci Lucas (PL-DF). Recentemente, ele recebeu em seu gabinete o pré-candidato à Prefeitura de Luziânia Walter Roriz Queiroz, que filiou-se ao PL-GO com as bênçãos do senador.

“Agora, em parceria com o senador Wilder (Morais), que é o presidente do PL-GO, vamos trabalhar em conjunto, apoiando vereadores e prefeitos, para fazer o maior número possível nessas eleições e conseguir estreitar ainda mais a relação com as cidades do Entorno”, avalia Izalci.

O deputado federal Reginaldo Veras (PV-DF) diz que foi procurado por pré-candidatos. “Dois de Padre Bernardo e uma potencial candidata de Luziânia conversaram comigo”, revela. “Penso que, à medida que as eleições se aproximam, essas articulações devem se intensificar, principalmente quando iniciar o período de campanhas”, avalia.

Para o parlamentar, essa eleição é extremamente importante para o DF. “Principalmente no caso dos prefeitos. Quando se tem alguém despreparado nessas cidades, o serviço ofertado piora e, consequentemente, traz uma sobrecarga para o DF”, ressalta. “Então, quanto mais pessoas que administrarem bem sejam eleitas, melhor, tanto para as cidades do Entorno quanto para a capital do país”, conclui Veras.

Quem deseja votar nas eleições municipais deste ano tem que ficar atento. O prazo para tirar o título de eleitor, pedir transferência de domicílio e atualizar os dados cadastrais na Justiça Eleitoral é 8 de maio — dia que também é o limite para regularizar a situação eleitoral, ela esteja irregular no cadastro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Os eleitores que precisam transferir o título para um novo domicílio eleitoral podem fazer a solicitação no cartório eleitoral mais próximo de sua residência. Caso tenha biometria cadastrada, o eleitor também pode fazer a solicitação pela internet, pela plataforma Título Net. Para que o título eleitoral seja transferido, é necessário que o eleitor more há pelo menos três meses na cidade na qual deseja votar e que tenha decorrido pelo menos um ano da última transferência de título. Além disso, é preciso estar com situação regular na Justiça Eleitoral para pedir a transferência.

O cidadão pode conferir se está com situação eleitoral regular no portal do TSE ou na unidade da Justiça Eleitoral mais próxima de casa. Se a situação aparecer como regular, o eleitor está apto para votar, caso contrário, a situação eleitoral precisa ser regularizada, o que pode ser feito no cartório eleitoral mais próximo ou pela internet, por meio do Autoatendimento Eleitoral, caso o eleitor tenha a biometria cadastrada.

Leonardo Barreto, doutor em ciência política pela Universidade de Brasília (UnB)

Rel. Institucionais Agaciel Maia

Agenda prioritária para o GDF

Como é tradição no país, ano de Jogos Olímpicos também tem eleições municipais (as eleições nacionais ocorrem em ano de Copa). E, mesmo o DF sendo uma exceção, o processo de escolha de novos prefeitos e vereadores se fará sentir aqui por meio das cidades do Entorno. Há pouco mais de 20 municípios no estado de Goiás que se enquadram nessa categoria e que mantêm uma relação de interdependência com Brasília.

Interdependência é diferente de dependência. As populações dessas cidades usam vários serviços públicos de Brasília, é verdade, mas também contribuem muito com impostos arrecadados pelo GDF, pois a maior parte do consumo da força produtiva que se desloca para cá também ocorre aqui.

Quando se pensa em Entorno, é natural vir logo à mente um limbo político entre o Distrito Federal e Goiás no qual não há atenção suficiente de políticas públicas de nenhum dos respectivos governos. Uma visão antiga é a de que prefeitos preferiam comprar ambulâncias para enviar pessoas doentes para serem atendidas aqui do que investir em estruturas de saúde própria.

O que é problema, no entanto, rapidamente pode se transformar em oportunidade. Por exemplo, havendo uma rede interestadual de transporte, essas cidades podem ajudar a reduzir a pressão imobiliária do DF. As áreas de agricultura e de turismo têm grande potencial nesses municípios para fornecer produtos e serviços para a capital federal, além de se beneficiarem do grande hub aeroportuário que Brasília se tornou, sem falar da nossa necessidade de recursos naturais de Goiás, como é o caso do abastecimento de água que, em parte, vem da represa de Corumbá.

Nesse sentido, é muito difícil que o bem-estar das populações de Brasília e das cidades do Entorno não passe por uma atuação integrada entre os respectivos governadores e os prefeitos, que serão renovados agora. Acompanhar as eleições e, ao mesmo tempo, manter uma estrutura de diálogo e formulação em conjunto de políticas públicas é artigo de primeira necessidade para todos os envolvidos.

Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:

Receba notícias no WhatsApp

Receba notícias no Telegram

26 abr

Estudo mostra eficácia da bariátrica no controle da hipertensão a longo prazo

Estima-se que, até 2035, mais da metade da população global viverá com sobrepeso ou com obesidade, segundo dados do World Obesity Atlas de 2023. Uma em cada sete pessoas tem a comorbidade. Há também evidências comprovadas cientificamente de que o excesso de gordura visceral e de peso são as principais causas para a hipertensão. Estudo de pesquisadores brasileiros, recém-publicado no Journal of American College of Cardiology, apresenta a eficácia da cirurgia bariátrica no controle da pressão arterial a longo prazo, depois de acompanhar pacientes jovens e adultos, cinco anos após a intervenção.

“Nossos resultados ressaltam a importância de se tratar a obesidade no cenário da hipertensão. A cirurgia bariátrica representa uma estratégia eficaz e duradora para reduzir o número de medicamentos”, afirmam os pesquisadores na publicação.

O estudo foi realizado no Hospital do Coração (HCor), em São Paulo. O principal autor da pesquisa é Carlos Schiavon, cirurgião bariátrico e cofundador da organização não governamental (ONG) Obesidade Brasil. Ao Correio, o médico relata que idealizaram a investigação em 2012.

“Na época, saíram as primeiras investigações de que a cirurgia bariátrica ajudava a controlar a diabetes. Existiam alguns estudos de casos mostrando que talvez fosse boa para controlar a pressão. Assim, fizemos essa pesquisa randomizada em que se compara dois grupos para coletar dados”, destaca Schiavon.

Um total de 100 pessoas com idades de 18 a 65 anos participaram do estudo de maio de 2013 até janeiro de 2022. Os pacientes tinham hipertensão, faziam uso de, pelo menos, dois medicamentos e apresentavam índice de massa corporal (IMC) — peso dividido pela altura ao quadrado – de 30,0 a 39,9 kg/m².

Foram excluídos da pesquisa indivíduos com doenças cardiovasculares, com transtornos psiquiátricos graves, com diabetes tipo dois descontrolada e tipo um e com outras doenças associadas à obesidade — exceto apneia do sono.

Os participantes foram divididos em dois grupos: os que fariam a cirurgia bariátrica e os que manteriam o tratamento clínico sem operação. Respectivamente, 74% e 64% dos pacientes de cada grupo concluíram o acompanhamento de cinco anos.

Segundo Schiavon, a checagem dos indivíduos era feita a cada seis meses com análise clínica e aferição da pressão. A partir disso, observavam a resposta aos tratamentos. “Mostramos que em torno de 48% dos pacientes operados ficaram sem medicação”, afirma o principal autor da pesquisa.

Durante o período do estudo, duas pessoas de cada grupo morreram. Depois da distribuição dos grupos, quatro pacientes se recusaram fazer a cirurgia bariátrica. Outra dificuldade enfrentada pelos cientistas foi encontrar suporte financeiro para fazer a pesquisa. Conseguiram apoio de uma empresa da indústria farmacêutica responsável por fabricação de materiais cirúrgicos.

Resultados

Os cientistas constataram que, nos pacientes que fizeram a cirurgia, a necessidade de medicação para tratamento da hipertensão caiu 86,5%. Já nos pacientes não operados, redução foi de 13,7%.

Outra descoberta foi quanto à remissão da hipertensão. Ou seja, o controle da pressão arterial sem medicação. Em pacientes que fizeram a cirurgia, foi de 46,9%, contra 2,4% dos participantes que fizeram só o tratamento clínico.

O endocrinologista Lucas Faria de Castro, coordenador do ambulatório do Hospital Universitário de Brasília (HUB-UnB), explica que pessoas com obesidade ou com hipertensão isoladamente “têm hábitos de vida comuns que são fatores de risco para a ocorrência das duas enfermidades”, como o sedentarismo, a alimentação desbalanceada e o excesso do consumo de álcool.

Segundo Castro, a hipertensão é uma doença que aumenta o risco de complicações cardiovasculares, como infarto, insuficiência cardíaca e acidente vascular cerebral (AVC). O endocrinologista afirma que a enfermidade é responsável por 40% das mortes por AVC e por 25% das por doença cardíaca. O médico ressalta que, no Brasil, cerca de 30% da população adulta é hipertensa. Acima de 70 anos, a incidência sobe para 71%.

O controle de peso, a dieta com redução de sal e gorduras saturadas, a diminuição da ingestão de álcool, a suspensão do tabagismo e exercícios físicos regulares são práticas apontadas por Castro como “associadas à redução” da pressão arterial. O endocrinologista também destaca ser “imprescindível” o tratamento da obesidade em pacientes com hipertensão.

Para Castro, os resultados do estudo que persistiram por cinco anos ajudam a “fundamentar a teoria de que pacientes obesos e hipertensos submetidos à cirurgia bariátrica terão menores taxas de complicações cardiovasculares futuras”. O endocrinologista reitera que a indicação para a operação só deve ser feita depois de avaliação e de acompanhamento médico adequado.

O cirurgião bariátrico e cofundador da organização não governamental (ONG) Obesidade Brasil, Carlos Schiavon (foto), destaca em entrevista ao Correio que a pesquisa comprova que a cirurgia bariátrica é elemento fundamental no controle a hipertensão, tanto a curto como a longo prazo. A seguir, as três questões sobre o resultado do trabalho.

Quais são os benefícios do estudo?

O estudo mostra que o tratamento da obesidade é fundamental para melhorar as comorbidades associadas. Essa pesquisa mostrou de forma bastante clara que, ao tratar a obesidade com cirurgia — nos casos em que a operação era indicada —, conseguimos controlar a pressão em boa parte dos pacientes ou, pelo menos, melhorar o controle. Mesmo nos que não controlaram totalmente, ficou mais fácil. É muito importante essa mensagem de que tratar a obesidade é fundamental.

Haverá um próximo passo?

Existem algumas ideias. Por exemplo, existe a chamada hipertensão resistente, quando o paciente, mesmo tomando vários remédios, não consegue controlar a pressão adequadamente. Essa seria uma das linhas de pesquisa que queremos estudar: se, nesses casos mais graves de hipertensão, o indivíduo com obesidade também se beneficia com a cirurgia. Há algumas outras ideias que estamos encaminhando, mas precisam de um apoio econômico e financeiro para concretizarem e são uma etapa desafiadora.

A cirurgia bariátrica pode ser recomendada para paciente com hipertensão, mas sem obesidade?

Essa pergunta foi feita várias vezes quando se estudou a cirurgia bariátrica associada ao controle da diabetes. A obesidade cria alguns mecanismos no organismo que favorecem o aparecimento da hipertensão, da diabetes e à alteração de colesterol. No caso da diabetes, foi estudado para quem não tinha obesidade, porém os resultados não são tão bons. Em razão disso, apesar de chamarmos a doença de hipertensão, provavelmente há perfis diferentes. O paciente magro e hipertenso provavelmente tem alguma condição que colabora para o descontrole da pressão. A princípio, a cirurgia bariátrica não apresenta um resultado tão bom nesses indivíduos ao comparar com os pacientes com hipertensão e obesidade.

Consultados pelo Correio, especialistas advertem o quanto a obesidade é um dos principais fatores de risco para a hipertensão. O coautor do estudo publicado no Journal of American College of Cardiology, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH) e diretor da Unidade de Hipertensão do InCor, Luiz Bortolotto, explica quea elevação do volume de sangue e de substâncias produzidas por células gordurosas aumentam a resistência e contraem os vasos arteriais.

Segundo Bortolotto, a redução do peso é o principal fator para o resultado encontrado no estudo. O co-autor diz também haver a hipótese de que a cirurgia bariátrica altera a microbiota intestinal e “pode ajudar no controle da pressão”.

“É um resultado que surpreende pela persistência depois de cinco anos. A cirurgia foi uma forma de tratar esses indivíduos para perpetuar a redução do peso. Esse é o diferencial relacionado à operação”, conta Bortolotto.

Para o coordenador do Centro de Cardiologia do Hospital Sírio-Libanês em Brasília, Carlos Rassi, o estudo representa “uma terapia durável e efetiva no controle da hipertensão em pessoas que usam dois ou mais medicamentos”. O médico afirma que a pesquisa valida a experiência clínica observada por ele no consultório.

O cirurgião do aparelho digestivo do Hospital Star Alexandre Chartuni destaca esse resultado da pesquisa ressaltado por Rassi. “Esse estudo corrobora e apoia uma impressão que tínhamos, que a cirurgia bariátrica realmente é capaz, em grande número de casos, de melhorar as comorbidades”, diz.

Chartuni relata haver estudos que mostram a melhora da diabetes, da apneia do sono, da mobilidade e da qualidade de vida em pacientes que fizeram a operação. “O estudo é extremamente importante por mostrar que a curto e a longo prazo a cirurgia bariátrica é excepcional aliada no tratamento da hipertensão arterial”, finaliza o cirurgião.

*Estagiária sob a supervisão de Renata Giraldi

Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:

Receba notícias no WhatsApp

Receba notícias no Telegram

19 abr

TCDF ordena que Semob corrija falhas no projeto de PPP do Metrô

O Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) comunicou a Companhia do Metropolitano do DF e a Casa Civil do DF que terão o prazo de 30 dias para se pronunciarem sobre o interesse do governo local em continuar com o projeto de Parceria Público-Privada (PPP) do Metrô/DF. O órgão ordenou que a Secretaria de Transporte e Mobilidade (Semob/DF) corrija uma série de falhas na documentação do projeto.

Uma dessas falhas diz respeito à incompatibilidade dos preços de móveis e equipamentos de acessibilidade com os valores de mercado. A documentação do projeto também deve conter a responsabilização pelos custos com paralisações decorrentes de chuvas, problemas elétricos e alagamentos. O tribunal ainda pediu que a Semob explique como foi calculada a quantidade de profissionais necessários ao empreendimento, bem como os custos com a mão de obra.

Os órgãos do GDF também devem explicar ao tribunal como os investimentos de R$ 2,5 bilhões em parceria com o governo federal afetarão o projeto. Segundo noticiado recentemente, esses investimentos devem custear a construção de novas estações, a compra de vagões e a ampliação da rede metroviária do DF, melhorias que podem ser semelhantes à proposta de PPP do executivo distrital.

A decisão da Corte foi comunicada à Secretaria de Transporte e Mobilidade, à Casa Civil e ao Metrô/DF no último dia 5 de abril. É a terceira vez que o tribunal determina correções de irregularidades na documentação do projeto. Essas falhas impedem o lançamento da licitação.

Sobre o projeto de PPP do Metrô/DF

O projeto de PPP do Metrô/DF prevê a transferência para a iniciativa privada dos serviços de gestão, operação e manutenção na rede metroviária do DF pelo período de 30 anos. A empresa ou grupo de empresas que vencer a licitação deve aumentar a frota, com a compra ou reforma de trens existentes. O projeto também prevê melhorias, como a instalação de aparelhos de ar-condicionado em todos os veículos e a substituição de lâmpadas fluorescentes por lâmpadas de LED — que consomem menos energia e têm melhor desempenho e durabilidade.

Segundo o site da companhia, o Metrô/DF tem 29 estações, das quais 27 estão em funcionamento. Com uma frota de 32 trens, transporta em média 160 mil passageiros por dia. O Metrô/DF liga a região central de Brasília às de Ceilândia e Samambaia, passando pela Asa Sul, Setor Policial Sul, Estrada Parque Indústria e Abastecimento (EPIA), Guará, Park Way, Águas Claras e Taguatinga.

Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:

Receba notícias no WhatsApp

Receba notícias no Telegram

18 abr

Artigo: Estado Brasileiro implementa políticas raciais há muito tempo

Neste momento, está em tramitação no Senado Federal o PL 1.958 de 2021, de autoria do senador Paulo Paim, que propõe a reserva de vagas para negros (pessoas autodeclaradas pretos e pardos, segundo categorias do IBGE) nos concursos públicos da administração federal e das instituições controladas pela União. Tal projeto vem sendo alvo de críticas sob o argumento de que as políticas de enfrentamento às desigualdades deveriam ser balizadas pelo critério social (de renda) e não étnico-racial.

O PL 1.958 é uma renovação da Lei 12.290 de 2014, que vence em junho próximo. Houve melhoria na versão atual, e espera-se que o Congresso Nacional seja fiel à longa experiência brasileira em políticas de cunho racial, em que as pessoas brancas foram as grandes beneficiárias.

A primeira delas, o Decreto 528 de 1890, sancionado pelo Marechal Deodoro da Fonseca ainda no governo provisório da República, discorre em 43 artigos sobre a introdução e a localização dos imigrantes. O documento previa destinação de recursos e apresentava um desenho estratégico para potencializar as etnias europeias que aportavam no país naquele momento, definindo para quem se destinava o progresso.

Essa antiga experiência nacional completa com chave de ouro a sua intenção quando o presidente Hermes da Fonseca sancionou o Decreto 9.081, em 1911, que regulamentou o “Serviço de Povoamento”, como foi chamada a estratégia de instalação das etnias européias no Brasil. Esse decreto é um modelo de integração e desenvolvimento de populações inteiras — nesse caso, para os imigrantes europeus no Atlântico Sul. A peça jurídica tinha 26 seções e 277 artigos — superior à Constituição Federal de 1988 — e incluía benefícios como passagens de ida e volta aos países de origem para aqueles que já estivessem estabelecidos como proprietários rurais.

Nunca se bradou por políticas sociais contra todas essas políticas raciais exclusivas para beneficiar os europeus. Fosse assim, os negros e os povos originários que aqui já estavam seriam incluídos. Mas, ao contrário, esses dois segmentos populacionais foram abandonados à própria sorte.

As críticas em relação às políticas de cunho racial e os argumentos em favor das políticas sociais, ditas universais, podem ser interpretados sob vários aspectos, que vão desde o analfabetismo histórico, passando pelo racismo ou até mesmo má-fé para proteger privilégios.

Alguns críticos das ações afirmativas raciais ainda se apóiam na crença distorcida de que essas seriam uma expressão de “racismo reverso”, conceito que não existe na medida em que o racismo se sustenta por lugares de poder concentrados nas mãos de determinados grupos em detrimento de outros, e não em ações que buscam o equilíbrio social, com acesso às mesmas oportunidades e direitos sociais.

Para reverter a anomia racial na qual o Brasil sempre esteve imerso, requer-se políticas públicas específicas. Algumas dessas iniciativas implementadas nestas primeiras décadas do século 21 já demonstram impactos positivos na sociedade. É o caso das cotas raciais para estudantes nas universidades públicas. Nenhuma iniciativa do Estado brasileiro reduziu desigualdades e acelerou a mobilidade social como essa política afirmativa. Em contrapartida, nenhuma outra política pública foi tão questionada.

Ainda que as pessoas negras correspondam a cerca de 56% da população brasileira, segundo o IBGE, o PL 1.958 propõe uma reserva de apenas 30% das vagas para esse grupo, das quais, pelo menos, a metade contemplará as mulheres. É fundamental estabelecer esse espaço para as mulheres negras que, apesar de serem o maior contingente populacional do país (cerca de 28%), são o grupo mais precarizado em termos socioeconômicos. Como toda ação afirmativa, a iniciativa proposta é por prazo limitado, tendo sido fixada em 25 anos.

O PL 1.958, ao beneficiar aqueles que foram historicamente negligenciados, procura corrigir desigualdades construídas pelo Estado. Além da população negra, estabelece parâmetros em benefício dos povos originários.

A situação deficitária no trabalho e na educação ampliam as desigualdades raciais no Brasil. Portanto, contamos com nossos legisladores para reduzir essas diferenças. O Estado Brasileiro não deve se eximir da responsabilidade de implementar políticas raciais, como as citadas aqui, as quais foi pródigo em realizar ao longo de toda sua história.

*Helio Santos, doutor em administração pela FEA-USP, presidente do Conselho Deliberativo do Centro de Estudos e Dados sobre Desigualdades Raciais (Cedra) e do Conselho da Oxfam Brasil.

Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:

Receba notícias no WhatsApp

Receba notícias no Telegram

17 abr

6 estadias inusitadas na América Latina para férias fora do comum

6 estadias inusitadas na América Latina para férias fora do comum (Refugios Outscape Fuy, Huilo Huilo, Chile (Foto: Divulgação))

Uma pesquisa recente da Booking.com revelou que 43%* dos viajantes brasileiros querem se hospedar em uma acomodação única esse ano, como casas na árvore, iglus e outros tipos de estadias inusitadas. Pensando nisso, a plataforma de reservas de hospedagem, atrações e aluguel de carros selecionou seis acomodações bem diferentes na América Latina para conhecer nas próximas férias.

Starlodge Adventure Suites, Peru

Starlodge Adventure Suites (Foto: Divulgação)

A cidade de Urubamba fica localizada no Vale Sagrado dos Incas, no Peru, e pode ser usada como base para visitar Macchu Picchu. Em meio às montanhas e rios, o destino é perfeito para quem busca férias focadas na natureza. Para se hospedar nessa acomodação, o viajante precisa ter um perfil bem aventureiro, afinal, o quarto fica nas alturas! O hóspede dorme em uma cápsula suspensa na montanha, a quase 3 mil metros acima do nível do mar, com uma vista incrível dos arredores. Com acomodações confortáveis, é possível desfrutar até mesmo de uma banheira de hidromassagem ou fazer algumas atividades oferecidas no local, como uma tirolesa.

Glamping Lumbre, Colômbia

Glamping Lumbre, Colômbia (Foto: Divulgação)

Localizado na cidade de Salento, no departamento colombiano de Quíndio, esse glamping (um tipo de acomodação que mistura camping e luxo) oferece tendas confortáveis e sofisticadas, com vistas para as montanhas e natureza, que acomodam até quatro pessoas e que contam com banheiro privativo. Para deixar a estadia ainda melhor, há um bar e restaurante na propriedade, com café da manhã continental, além de wifi e estacionamento gratuito. Ou seja, é ideal para quem quer se hospedar no meio da natureza e fazer trilhas nos arredores, mas com todas as comodidades.

Lago Valle Wine Glamping, México

Lago Valle Wine Glamping, México (Foto: Divulgação)

No Valle de Guadalupe, no México, também é possível ficar em um acampamento com mais conforto. Os viajantes que se hospedam ali podem desfrutar de uma piscina com vista, além de wifi, estacionamento gratuito e comodidades para hóspedes com mobilidade reduzida. Para quem gosta de enogastronomia, é possível reservar experiências como um piquenique romântico com vinhos locais ou uma tábua de queijos e vinhos, também com produtos da região. Já para os mais chegados em atividades ao ar livre, é possível usar as bicicletas do local ou fazer trilhas a pé nas proximidades.

Refugios Outscape Fuy, Huilo Huilo, Chile

Refugios Outscape Fuy, Huilo Huilo, Chile (Foto: Divulgação)

Para uma imersão na natureza e em belezas naturais, essa acomodação na vila chilena de Puerto Fuy é o destino ideal: um container moderno no meio de um bosque, com paredes de vidro e muito conforto. As cabanas, que acomodam até cinco pessoas, possuem terraços com vistas da montanha ou do lago Pirihueico, cozinha equipada e banheiro privativo, e ainda há estacionamento gratuito. Para os aventureiros, vale fazer caminhadas na região e explorar as lindas paisagens do destino.

Tree House Lodge, Costa Rica

Tree House Lodge, Costa Rica (Foto: Divulgação)

A propriedade é uma ótima opção de estadia para famílias que visitam a cidade litorânea de Puerto Viejo, no sudeste da Costa Rica. Há várias alternativas de acomodação, incluindo uma casa de praia para até cinco pessoas a menos de 100 metros do mar, ou uma casa na árvore com cozinha e dois quartos, até um bangalô de 225m², que acomoda sete pessoas, com banheira de hidromassagem. Mas o que mais chama atenção é a arquitetura e decoração do local, com formas orgânicas, materiais ecológicos e cores fortes, que parecem ter saído diretamente de um conto de fadas.

Grand Amazon Expedition, Brasil

Grand Amazon Expedition, Brasil (Foto: Divulgação)

E que tal se hospedar em um barco em plena Floresta Amazônica? Esse hotel-navio oferece opções de rota que passam pelo Rio Solimões e Rio Negro, com quartos com varandas e muitas comodidades que os hóspedes podem aproveitar. Por exemplo, a embarcação possui duas piscinas, banheira de hidromassagem, spa e até uma casa noturna. Há também várias opções de passeios oferecidos a bordo, como trilhas ecológicas a pé, ideais para explorar toda a beleza natural da região. Vale também experimentar a culinária local e drinques diferentes, servidos nos restaurantes e bares da embarcação.

*Pesquisa encomendada pela Booking.com e realizada de maneira independente com 32.300 entrevistados em 32 países e territórios, incluindo o Brasil. Para participar dessa pesquisa, as pessoas deveriam ter mais de 18 anos, terem viajado a lazer pelo menos uma vez nos últimos 12 meses e estarem planejando uma viagem em 2024. Além disso, deveriam ser responsáveis pela decisão ou estarem envolvidas no processo de tomada de decisão da viagem. A pesquisa foi feita on-line, em janeiro e fevereiro de 2024.

Siga o @portaluaiturismo no Instagram e no TikTok @uai.turismo

Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:

Receba notícias no WhatsApp

Receba notícias no Telegram

16 abr

Teleférico da Providência volta a circular após sete anos parado; reforma custou R$ 42 milhões

Inaugurado em julho de 2014, e parado desde 2016, o Teleférico da Providência, no Centro do Rio, voltou a funcionar ontem, após uma fase de testes realizada no mês passado. O vaivém das gôndolas, entre a Praça Américo Brum, no alto do morro, e estações na Gamboa e na Central do Brasil, foi festejado por moradores da região histórica, considerada o berço da primeira favela carioca. O serviço terá retorno gradual: ao longo de abril, vai funcionar de terça a sexta, de 8h a meio-dia, e aos sábados, de 8h a 11h — às segundas-feiras, exceto em situações excepcionais (como hoje), ficará fechado para manutenção.

Veja Mais

Contravenção: Saiba quem são os 101 policiais da ‘tropa’ de Rogério de Andrade Caso mais antigo no Rio: Após 50 anos, desaparecimento do menino Carlinhos segue sem resposta

O trajeto até o topo da favela, feito em 16 gôndolas, leva três minutos. A recuperação do sistema custou R$ 42 milhões à prefeitura.

— Sinto alguma tristeza toda vez que a gente tem que entregar algo que já entregou. Quando a gente celebra a volta da Transoeste ou inaugura um teleférico como esse, a gente vê o que maus governos podem significar para a vida das pessoas. Estamos trabalhando nisso aqui desde o dia que voltei (à prefeitura). Há oito anos, os moradores da Providência sobem e descem a ladeira — disse o prefeito Eduardo Paes, que participou da cerimônia de reinauguração.

Ele também comentou sobre a gratuidade do serviço:

— A prefeitura vai pagar essa conta. São aqueles equipamentos de mobilidade que não são sustentáveis. A gente sabia desde o início. Cada vez mais os governos têm um papel a cumprir.

Moradores festejam

Construído com recursos federais — um investimento de R$ 75 milhões por meio do Programa de Aceleração do Crescimento —, o equipamento parou de funcionar porque seu contrato de operação não foi renovado. Os moradores comemoram a volta do teleférico porque, entre outras vantagens, evitarão trajetos mais longos a pé — como o hoje feito pelo Túnel João Ricardo para quem vai à clínica da família ou à escola local.

A vendedora Rosana Batista Damasceno, de 53 anos, é nascida e criada na comunidade. Ela viu o projeto sair do papel e participou da primeira inauguração.

— Vi tudo acontecer. Ver o Teleférico ser reinaugurado traz muita emoção. Eu trabalho vendendo doces, e todos os dias subia e descia esse morro com a sacola cheia. Agora, posso até vender mais porque não preciso me preocupar com o peso. É uma felicidade para quem mora aqui — afirma a vendedora.

Sistema Imunana-Laranjal: novos testes indicam taxa zero de tolueno na água; força-tarefa ainda busca origem da contaminação

Auxiliar de serviços gerais, Janaína Silva Campos, de 47 anos, sai todos os dias de Campo Grande, na Zona Oeste, para trabalhar na Clínica da Família Nelio de Oliveira, ao lado da estação Américo Brum. Há quatro anos, ela caminha 20 minutos da Central até o alto da favela para dar expediente.

— A retomada é importante para quem mora, mas também para quem é de fora e trabalha aqui. Temos muitas crianças e idosos na comunidade. O Teleférico é importante para a locomoção dessas pessoas. Sei que vai ser de grande ajuda — diz Janaína.

No passeio em gôndolas envidraçadas, a paisagem é espetáculo à parte: os passageiros avistam a famosa escultura da Lua, do artista francês JR, instalada no centro cultural Casa Amarela, no alto do morro, além da roda-gigante e da Cidade do Samba, na Região Portuária.

— A vista me encantou, não tem preço —conta a estudante de enfermagem Cristina Souza, de 27 anos.

Mais recente Próxima

16 abr

‘Nem tão inteligente’: Bonde conduzido por inteligência artificial faz ‘strike’ em pedestres na Rússia; veja vídeo

Várias pessoas ficaram feridas após um ‘bonde inteligente’ atropelar um grupo de pedestres que atravessavam uma avenida, nesta segunda-feira, em São Petersburgo, na Rússia. Uma mulher, de 45 anos, chegou a ficar presa sob as rodas do veículo e, segundo a mídia britânica, está “gravemente ferida”. Apesar de ter maquinista de suporte, o transporte é controlado por inteligência artificial e o motivo da colisão se deu por um problema nos freios.

Avaliado em cerca de R$ 11 milhões, o veículo foi fabricado pela empresa UralTransMash – a principal produtora de artilharia autopropelida da Rússia e fornecedora de armas e tanques para a Guerra da Ucrânia. Conforme a mídia britânica, a rota realizada nesta segunda-feira fazia parte de uma série de testes com um motorista de apoio, que precisou acionar os freios de emergência ao perceber que a máquina não parou e, sob automação da inteligência artificial, atropelou um grupo de pessoas que passava na rua.

Assista ao vídeo abaixo

Sair do vídeo

Título: Bonde conduzido por inteligência artificial faz ‘strike’ em pedestres na Rússia

Subtítulo: O Globo

10

10

Assistir agora

Pular Resumo Pular Abertura Pular anúncio

Assistir do início

Reproduzir

00:00/00:18

AGORA

Use as teclas

para avançar

Silenciar som

Minimizar vídeo

Espelhar em outro dispositivo

Tela cheia

Dispositivo não suportado.

Infelizmente, não foi possível encontrar um vídeo compatível com o seu dispositivo.

Apelidado de “Smart Tram”, o bonde conta um “sistema de assistência ao motorista” através de IA que foi projetada na Rússia. O país busca introduzir veículos elétricos sem condução, mas o acidente desta segunda-feira acende um alerta dos possíveis riscos da decisão aos pedestres.

Ainda segundo a imprensa inglesa, os freios haviam sido testados antes da partida e o motorista nunca passou por acidentes. Ele foi avaliado por uma equipe médica e depois liberado. Uma reportagem da mídia local explica que o homem conseguiu perceber o problema mecânico e tentou reverter a situação imediatamente.

“Os freios falharam pela primeira vez quando ele percebeu carros mudando de faixa e tentou reduzir a velocidade. Ao notar que os freios eram ineficazes, o motorista acionou os freios de emergência, que ele afirma também não funcionaram totalmente. O bonde diminuiu a velocidade, mas não o suficiente. Os semáforos primeiro ficaram amarelos, depois vermelhos. Os pedestres já estavam atravessando a rua quando o motorista tocou a buzina”.

As autoridades de São Petersburgo investigam o caso junto a uma comissão de peritos. Além disso, um processo criminal foi instaurado para averiguar “violação das regras de trânsito e operação de veículos de transporte”.

Com design que remete aos modelos da era soviética, esse bonde faz parte de uma fronta com outros 76 que estão em fabricação para integrar à mobilidade urbana de uma das maiores cidades russas.